domingo, 23 de maio de 2010

Caro Ziraldo





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A Carta



Meu caro ziraldo,

Sem querer utilizar jargões ou expressões “manjadas” ,mas quando li “ A canção de minha vida” escrito por você aos 19 anos, identifiquei-me completamente.
Bom, arriscaria dizer que para grande maioria dos adolescentes essa etapa da vida é uma grande confusão. Ora! Não é pra menos,já que num piscar de olhos aquela criança que tinha medo do escuro e só dormia com as luzes acesas, percebe que dentro da escuridão se esconde: monstros,medos,amores e fantasias e tudo que achávamos ser importante na infância agora não tem o menor sentido.
Quando jovens, o antagonismo é a lei e a ordem, a contradição é um mero capricho.
Nossos sentimento são voláteis e nossa vida uma verdadeira incerteza.
Então, como gritar se nossa voz é tremula e desafinada , como amar se a cada minuto amamos uma pessoa diferente,como entender o mundo se o mundo próprio não se entende .


Ziraldo,

Quem nunca escreveu um poema de amor? ,
Quem nunca amou e não foi correspondido?
Quem nunca leu cartas de amor e as achou ridículas?
Quem nunca leu Fernando Pessoa?
Acredito firmemente, que aqueles que superam suas incertezas e expõem seu sentimentos seja : escrevendo-os ,pintando- os ou cantando- os; são jovens destemidos, que passaram pela adolescência e estão prontos para amarem a e serem amados, prontos para deixar para traz a infância e aptos a fazer da maior jornada da vida: a própria vida .

Eu queria ter um dom
Poder transformar em flor tudo aquilo que eu tocasse
Eu queria ter um dom
Poder fazer renascer tudo aquilo que eu quisesse
Eu queria ter um dom
Poder parar o tempo enquanto eu te admirasse
Eu queria ter um dom
Mas não tenho!


A.C.Esteves 1985

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