sábado, 20 de fevereiro de 2010

A um ausente

(...)Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos,
nem isso,
voz modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste,
porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

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